quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CBRE aponta o arrendamento habitacional e a reabilitação urbana como a grande esperança para a recuperação do sector imobiliário



De acordo com o Relatório de Mercado Residencial da CB Richard Ellis (CBRE), a situação económica do país constitui atualmente uma grande oportunidade para a dinamização do mercado de arrendamento habitacional, não só pela intenção clara do Governo neste sentido, mas também pela dificuldade crescente das famílias se financiarem junto da banca.

A reabilitação urbana, que é fortemente condicionada pelo mercado de arrendamento, terá também uma janela de oportunidade, assumindo uma importância estratégica na recuperação do sector imobiliário, essencial para o crescimento do país e para o repovoamento das cidades.


Neste cenário, está prevista a alteração do quadro legislativo, com vista à simplificação, em geral, dos processos desta natureza.
João Nuno Magalhães, Diretor Geral da CB Richard Ellis Porto e Diretor do Departamento de Residencial afirma “o arrendamento pode e deve ser a solução para o “escoamento” de muitos imóveis que existem em stock, não só na mão de promotores como também nos Bancos. Esta situação tende a aumentar, devido à restrição cada vez maior no acesso ao financiamento bancário, pela diminuição dos rácios de endividamento e aumento dos spreads dos bancos”.
Em termos gerais, apesar de toda a turbulência que se tem atravessado, o estudo evidencia alguma estabilidade no valor dos imóveis em Portugal. O comportamento do Índice Confidencial Imobiliário, que mede a evolução do valor de oferta habitacional, reflete este cenário, uma vez que, apesar da desaceleração registada desde do início de 2011, apresenta sempre variações positivas.

Relativamente ao mercado residencial da cidade de Lisboa, o estudo revela uma descida de 3,4% da oferta disponível no 1º trimestre de 2011 relativamente ao mesmo período de 2010, sendo que cerca 31% desta oferta é composta por fogos de habitação nova.

Na capital, os valores médios pedidos no primeiro trimestre do ano rondaram os 3.000 €/m2 para fogos novos e os 2.350 €/m2 para fogos usados, sendo que a Lapa registou o valor médio mais elevado, à volta dos 3.950 €/m2 para fogos a estrear, seguida do Chiado com 3.600 €/m2. Refira-se contudo o aumento da flexibilidade por parte dos proprietários no valor final de venda.

Na cidade Porto, o Confidencial Imobiliário/ LardoceLar.com registou um acréscimo na oferta de habitação de cerca de 7% no 1º trimestre de 2011 face ao período homólogo, verificando-se um equilíbrio entre a disponibilidade de fogos novos e usados, com 53% e 47% respectivamente.

No período em análise, os valores médios pedidos rondaram os 1.900 €/m2 para habitação nova e os 1.550 €/m2 para fogos usados. A Foz continua a ser a zona mais atraente da cidade, revelando o valor médio pedido para fogos novos na ordem dos 3.200 €/m2.

O relatório sintetiza ainda os 3 grandes vectores definidos pelo Governo para o cumprimento dos objetivos expressos nos referidos documentos:
  1. Revisão da Lei do Arrendamento Urbano, de forma a criar condições de confiança para os proprietários, assegurando assim um maior equilíbrio entre direitos e deveres de proprietários e arrendatários, dando atenção aos inquilinos socialmente mais vulneráveis;
  2. Agilizar os processos de reabilitação urbana;
  3. Alterar os impostos sobre o património imobiliário de forma a nivelar os incentivos ao arrendamento em detrimento da aquisição de habitação e simultaneamente aumentar a receita dos cofres do Estado.
O mercado aguarda expectante pela implementação destas medidas e pelas respectivas implicações que poderão ter na recuperação do sector imobiliário nacional.

Fonte: CB Richard Ellis

Para saber mais contacte-nos via datech@techdata.pt

Sem comentários: