quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Atelier Ideias do Futuro com projectos em 20 paises.



Presente em 20 países, o atelier Ideias do Futuro, de Miguel Correia, chegou a ter metade da sua actividade no país de Kadhafi.
O ano passado foi "dos mais invulgares dos 25 anos de actividade" do atelier de urbanismo Ideias do Futuro, reconhece o seu líder, Miguel Correia. "Ganhámos mais de meia centena de projectos para o atelier, quase um por semana", assume o arquitecto, ainda a refazer-se do desaire chamado Líbia: "Foi uma grande lição para mim. Começámos a trabalhar em 2008 e, no início de 2011, tínhamos vários contratos assinados e trabalhos em curso, mais de uma dezena. E, de um dia para o outro, tudo parou, porque alguém decidiu que estava na altura de matar Kadhafi".
Após o derrube do regime em alguns meses e a entrada do novo governo, Miguel Correia prevê regressar este ano para cumprir os contratos assinados, mas só quando a segurança estiver garantida. "Começamos a fazer Fellah, que é um projecto com 1.600 hectares, no centro da cidade de Tripoli, e um outro projecto de 70 quarteirões de habitação, na antiga zona italiana da cidade", conta Miguel Correia, que nos últimos três anos fez 200 viagens ao exterior.
Apesar de reconhecer as dificuldades criadas para o atelier com a guerra na Líbia, o arquitecto lembra que foi por essa razão que passou a olhar para outros mercados: "A Líbia foi um contratempo, mas também uma oportunidade, porque se não tivessem acontecido os problemas na Líbia, não tínhamos olhado para o Iraque, Gabão, Camarões e Brasil da mesma forma que olhei", sublinha Miguel Correia.
Estes países fazem parte da lista de 20 destinos com presença da Ideias do Futuro, que escolheu o ano de 1998 para se internacionalizar. "Entre 1998 e 2007, foi tipicamente uma internacionalização à portuguesa: fazíamos um trabalho aqui, outro acolá, recebíamos convites, esperávamos que as coisas acontecessem", explica.
Há quatro anos, houve uma mudança estratégica: "Tinha duas alternativas: para crescer, tinha de me internacionalizar. Ou então sabia que poderia aguentar as 20 ou 30 pessoas que trabalhavam comigo mais dois a três anos", lembra Miguel Correia.
Processo Djibloho é peculiar: Um projecto urbanístico emblemático da Ideias do Futuro é o desenvolvimento de uma nova cidade na Guiné Equatorial, para 160 mil habitantes. Trata-se de uma encomenda já entregue e que envolve o planeamento de uma área equivalente à cidade de Lisboa, a ser construída na selva, a partir do nada, junto a um grande rio. "Sendo o mais sincero possível e sendo África aquilo que é, as coisas dependem da vontade de apenas duas pessoas: do presidente e do filho, actual vice-presidente. Não sei o que irá sobrar no terreno do nosso conceito. E qual será a nossa intervenção futura?", interroga-se Miguel Correia, o qual tem apenas a expectativa de ser chamado este ano para continuar o trabalho: "Mas não temos nenhumas garantias", diz. Este trabalho de 15 a 20 anos de concretização tem já algumas frentes em andamento, como a conclusão do aeroporto local.
Noutras latitutes, o Iraque acabou por ser um destino da Ideias do Futuro. "Fomos convidados pelo novo governo do país para reformular algumas cidades que foram destruídas pelos norte-americanos", frisa Miguel Correia. Nestes como noutros mercados, a Ideias do Futuro escolhe parceiros locais, estrangeiros e portugueses, mas deixa para os próprios a sua divulgação. "Os nossos parceiros gostam de alguma discrição", conclui Miguel Correia.
Dados do atelier
- Com 40 arquitectos, a Ideias do Futuro tem presença em 20 países (80% da sua actividade) e executa cerca de cem projectos que envolvem montantes globais entre 200 e 300 milhões de euros.
- O atelier funciona a partir de Lisboa para países como o Iraque, Líbia, Guiné Equatorial, Argélia, Gabão, Angola, Brasil e Moçambique.
- Nos últimos três anos, Miguel Correia realizou cerca de 200 voos em trabalho, para alguns destes destinos

Fonte: Economico

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