quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Modelação e a Prototipagem Digital para apoiar a Produtividade e a Competitividade.

Ciclicamente toda a nossa sociedade local fala de Produtividade e de Inovação.

Isso coincide sempre com momentos associados a algum tipo de crise, em que todos nos convencemos que estamos mesmo num “turning point”. São os momentos em que a busca de soluções nos leva a revisitar as mudanças associadas ou suportadas pelo Mundo Digital.

À imagem da digitalização a que estamos assistir de tudo o que nos rodeia, em que tudo se está a MODELAR para poder integrar, predizer, optimizar e adaptar, no domínio do projecto o CAD e o SIG não fugiram a essa tendência. Assim, na sua totalidade, estas tecnologias há muito evoluíram para apoiar as organizações que optaram por basear as suas estratégias de produtividade e competitividade, em MODELOS Digitais que descrevem total e univocamente o produto.

O Modelo de um Edifício – o BIM ( Building Information Modelling), permite simular a sua eco-eficiência em fases muito iniciais, quando ainda se podem fazer alterações simples de projecto. Quando o Edifício já entrou em projecto de construção, o custo para conseguir eco-eficiências é exponencial, quando não, muitas vezes, impossibilita conseguir uma solução de acordo com as novas Regulamentações, que são cada vez mais apertadas.

Da mesma forma, sendo conhecido que 40% dos sobrecustos e atrasos na construção têm origem em erros de projecto, se continuarmos a projectar edifícios e infra-estruturas como fazíamos há 15 anos, sem que exista um Modelo matemático da construção que impeça a produção de erros, nunca iremos conseguir aumentar a nossa produtividade no estaleiro. Desenganemo-nos: não se trata só do custo da mão de obra , nem do custo da energia, nem de outras múltiplas desculpas que ouvimos diariamente. É uma questão tecnológica… na origem!

Da mesma forma, no que se refere aos produtos de manufactura, já passou a época em que nos podíamos permitir o luxo de fazer um ou mais protótipos físicos antes de iniciar o marketing, a venda e a produção. A esmagadora maioria das imagens dos produtos estrangeiros cuja publicidade vemos na televisão e nos media, não têm origem num protótipo físico: saíram dos Protótipos Digitais dos seus produtores e muitos desses produtos ainda estão em fase final de produção. Muitos deles ainda poderão estar a ser adaptados, para se acomodar às sondagens ao consumo…

Por outro lado, todos os produtos feitos à medida ou em pequenas séries, só já se vendem, se projectam e se produzem, apoiados em protótipos digitais. Entre as primeiras imagens e o final da produção desses bens transaccionáveis estrangeiros, toda as optimizações do projecto e dos processos de produção estão 100% apoiadas em Modelos matemáticos de CAD – os PROTÓTIPOS DIGITAIS.

Hoje em dia uma indústria de manufactura que conceba produtos ou processos de produção, não pode competir no mercado aberto, se não utilizar este tipo de tecnologia. De não o fazer será a “morte lenta” – será a progressiva e rápida diminuição do valor da empresa. Como observador privilegiado destas duas vagas tecnológicas do 2D puro e dos Modelos que, como o recente lançamento da nova família de produtos Autodesk 2011 veio reforçar, são complementares, contabilizo com apreensão que as organizações nacionais que já utilizam as tecnologias de prototipagem digital ainda são uma minoria. Comparando-nos com outros países ( nos USA, segundo um recente relatório da Mc Graw Hill, já se trata de mais de 50%... ) , o nosso tecido empresarial está a deixar-se atrasar de uma forma preocupante.

Não significa isso, como alguns dizem, que “a nossa Raça não tenha remédio” e que não existam alternativas de solução para a mudança que temos que imprimir. Em algum momento, em alguma destas crises, estaremos mesmo num “turning point” obrigatório em que a raça da Raça se afirmará, e então será o somatório de algumas iniciativas como estas, que irá marcar a diferença. Tem acontecido na nossa história, com alguma frequência.

Estou convencido que irá continuar a acontecer.

 

Jorge Horta

Country Manager

Autodesk Portugal

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